TCE-MT: Consensualismo

TCE-MT: Consensualismo

1. IDENTIFICAÇÃO

a. Tribunal de Contas 
Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) 

b. Endereço 
Cons. Benjamin Duarte Monteiro, 01, Ed. Marechal Rondon, Centro Político Administrativo, 78049-915, Cuiabá/MT, (65) 3613-7550 

c. Presidente 
Conselheiro José Carlos Novelli 

d. Unidade responsável pela prática, fone, e-mail 
Secretaria de Normas, Jurisprudência e Consensualismo, (65) 3613-7693, [email protected] 

e. Membro ou servidor responsável pela apresentação da prática, fone, e-mail 
Lisandra Ishizuka Hardy Barros, (65) 99627-7638, [email protected] 

2. SOBRE A BOA PRÁTICA

a. Título da prática

Consensualismo  

b. Indicador do MMD-TC a que se vincula

QATC-11 

c. Descrição  

As mesas técnicas são voltadas ao consenso, à eficiência e ao pluralismo na solução de questões complexas ou controversas relacionadas à administração pública e ao controle externo. A ferramenta legitima o processo decisório e amplia a segurança jurídica aos fiscalizados, privilegiando ações de controle externo preventivo antes de processos sancionadores. 

O tribunal cumpre um papel importante, não só constitucional, ao realizar o controle externo e ser um grande mediador de conflitos que podem causar prejuízos e danos significativos ao bem público, à qualidade de vida e, inclusive, à segurança das pessoas. Com a iniciativa da mesa técnica, o órgão está construindo soluções autocompositivas e consensuais entre as partes, o tribunal e a administração pública, trazendo uma solução inovadora e inédita, que materializa o melhor interesse público, evitando consequentes demandas judiciais, paralisação de serviços ou obras essenciais à população, dentre outros benefícios. 

A mesa técnica realizada pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso é um processo de análise e diálogo técnico relacionado ao controle e à fiscalização das políticas públicas do estado e dos municípios de Mato Grosso, buscando a resolução célere e eficaz de um problema, conflito ou controvérsia.  

Essa atividade envolve a participação de técnicos especializados do tribunal, capacitados para atuar como mediadores e facilitadores na construção cooperada de soluções técnico-jurídicas ou no estabelecimento de acordos entre as partes.   

Durante a mesa técnica, com participação das partes, de terceiros interessados, especialistas e representantes do tribunal, são avaliados diversos aspectos, como o cumprimento da legislação, das normas e das cláusulas contratuais, a jurisprudência do TCE-MT e dos tribunais superiores, as exigências no caso concreto, as boas práticas da gestão pública, a motivação, as dificuldades, os obstáculos reais, as alternativas, as consequências práticas, as circunstâncias agravantes, as oportunidades, enfim, todas as variáveis que podem interferir no caso em questão.  

Essa análise minuciosa dos fatores influenciadores do problema/conflito realizada na mesa técnica permite identificar as alternativas para resolução técnica e jurídica do problema ou, a depender do caso, os caminhos para o estabelecimento de acordo consensual entre as partes em desavença, sem afastar o atendimento ao interesse público. Com base nesses resultados, o tribunal de contas pode homologar soluções consensuais e acordos autocompositivos, emitir recomendações e estabelecer critérios e prazos para resolução de problemas complexos e com relevância pública.  

Em resumo, a mesa técnica do Tribunal de Contas de Mato Grosso é um importante instrumento de consensualismo e resolução de conflitos, integrando o órgão de controle ao contemporâneo sistema de justiça multiportas e garantindo o fortalecimento da democracia e do Estado democrático de direito. 

i. Objetivos 
Promover o consensualismo, a eficiência e o pluralismo na resolução de temas controvertidos relacionados à administração pública e ao controle externo. 

ii. Metodologia adotada 
Mesas técnicas. 

iii. Tecnologias empregadas, como softwares, “robôs”, acessos móveis, inteligência 

artificial, scanner de pavimento etc. 

iv. Tempo da prática no tribunal 
Um ano e seis meses. 

v. Houve compartilhamento com outros TCs? Quais?  
Sim. Tribunal de Contas da União (TCU).  

3. SOBRE O DESENVOLVIMENTO, A IMPLANTAÇÃO E A IMPLEMENTAÇÃO

a. Pessoas e setores envolvidos no desenvolvimento 

Conselheiro Guilherme Maluf (presidente do TCE em 2021), conselheiro José Carlos Novelli (presidente do TCE em 2022/2023), conselheiro Valter Albano da Silva (presidente das mesas técnicas), Alisson Carvalho de Alencar (procurador-geral de Contas), Flávio Vieira (secretário-geral da Presidência em 2021), Risodalva Castro (auditora) e Lisandra Ishizuka Hardy Barros (auditora). 

b. Pessoas envolvidas na implantação e na implementação 

Conselheiro Valter Albano da Silva (presidente das mesas técnicas), Alisson Carvalho de Alencar (procurador-geral de Contas), Flávio Vieira (membro da Comissão Permanente de Consensualismo), Marco Antonio Rockenbach (membro da Comissão Permanente de Consensualismo), Manoel da Conceição da Silva (membro da Comissão Permanente de Consensualismo), Grhegory Paiva Pires (membro da Comissão Permanente de Consensualismo), Lisandra Ishizuka Hardy Barros (auditora), Saulo Miranda (auditor), Risodalva Castro (auditora), André Ramos (auditor). 

c. Conhecimentos necessários 
Técnico e jurídico nas áreas de controle externo, Direito Constitucional, Administrativo e Processual,  técnicas de mediação, conciliação e negociação. 

d. Passos executados para o desenvolvimento, a implantação e a implementação 
Publicação das Resoluções Normativas 12 e 13/2021, criação da unidade técnica responsável, divulgação do instrumento de consensualismo, estabelecimento dos fluxos e das rotinas internas, medição e divulgação dos resultados. 

e. Tempo para o desenvolvimento, a implantação e a implementação 
Seis meses. 

f. Problemas enfrentados para o desenvolvimento, a implantação e a implementação 
Estimular a busca por soluções consensuais pela administração pública e parte de processos no tribunal de contas; desconfiança e descrença nos resultados de solução/acordo consensual estabelecido no âmbito do tribunal de contas e resistência interna ao consensualismo como instrumento de controle externo.  

g. Pontos críticos x soluções 
Sensibilização e capacitação, envolvimento de outras unidades técnicas especialistas no desenvolvimento da solução/acordo, envolvimento dos órgãos técnicos e jurídicos da administração pública no procedimento, medição e divulgação dos resultados e incentivo à cultura de inovação e autocomposição. 

4. MENSURAÇÃO DOS RESULTADOS

a. Resultados esperados

Promover a busca de acordos consensuais, a eficiência e agilidade na resolução de questões, a inclusão de diferentes perspectivas na solução de problemas/conflitos e a materialização do melhor interesse público. Ao adotar métodos e técnicas consensuais nos processos de controle externo, pretende-se reduzir os conflitos administrativos e judiciais, evitar o prolongamento de problemas e construir soluções mais satisfatórias, justas e duradouras para questões relacionadas à administração pública e ao controle externo. 

b. Resultados alcançados

A prática da Mesa Técnica realizada pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso contribui para a melhoria da atuação de diferentes maneiras: 

1 – Integração do tribunal com o sistema de justiça multiportas: agrega o órgão de controle ao sistema de justiça multiportas, oferecendo uma abordagem colaborativa e eficiente para a resolução de conflitos por meio de autocomposição e consensualismo.  

2 – Redução de processos: redução de litígios e processos envolvendo a administração pública no próprio órgão, no tribunal de contas e no Judiciário, a partir da possibilidade de resolução/acordos com responsabilidade e autodeterminação, reduzindo a carga sobre os tribunais e promovendo resultados mais rápidos, sustentáveis e menos custosos. 

3 – Agilidade e eficácia nas decisões do tribunal: promove um controle externo mais simples, menos solene, mais célere, mais versátil e mais próximo das preocupações cotidianas dos gestores públicos e do cidadão. 

4 – Atuação preventiva de conflitos e problemas: com a construção consensual de soluções técnico-jurídicas e acordos autocompositivos, a mesa técnica privilegia ações de controle externo preventivo antes de processos sancionadores. 

c. Lições aprendidas  

1 – A presença de profissionais altamente qualificados e especializados é um fator essencial para o sucesso da prática da mesa técnica realizada pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT). A expertise nas áreas contábil, financeira, jurídica, administrativa e de infraestrutura permite uma análise precisa e detalhada dos conflitos e problemas em discussão, assim como a construção de soluções técnicas e jurídicas viáveis. A presença de profissionais capacitados nas áreas relevantes ajuda a garantir que as discussões e as decisões tomadas durante a mesa técnica sejam embasadas em conhecimentos técnicos sólidos. Isso contribui para a credibilidade e a confiança nas soluções propostas.  

2 – A presença dos órgãos jurídicos dos entes, como as procuradorias estaduais e municipais, garante que o acordo/solução esteja alinhado com a defesa do patrimônio público, a preservação da legalidade e a garantia dos direitos do Estado. 

3 – O tribunal fornece um ambiente imparcial e transparente para a resolução de disputas, assegurando a participação igualitária das partes e a proteção dos interesses públicos. 

5. RECOMENDAÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO POR OUTROS TRIBUNAIS

Prática de fácil implementação desde que observados os passos essenciais. A prática fortalece o papel do tribunal de contas perante a sociedade e a administração pública, conferindo-lhe uma abordagem mais ágil, eficiente e justa, menos custosa e alinhada com os problemas enfrentados pelos gestores que impactam a prestação do serviço público de qualidade à população. 

6. OUTRAS INFORMAÇÕES

a. Links de acesso a publicações, notícias etc.

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